Viagens que valorizam a hospedagem se destacam na pandemia
A pedido do Airbnb, as agências Somos e Novelo se uniram para analisar as principais mudanças na forma como os brasileiros pretendem voltar a viajar, durante e depois da pandemia. Os efeitos observados durante o período de férias na virada do ano deverão continuar durante 2021, com o processo de vacinação. O estudo contou com a participação de 24 brasileiros entre 25 e 50 anos, das classes AB, residentes em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife, e que viajaram durante a quarentena e pagaram por suas estadas.
De acordo com o índice ICV-Tur-CNC feito pela Cielo e CNC, o mercado de Turismo movimentou R$ 12,8 bilhões em setembro, triplo do valor registrado em abril, mas ainda longe dos R$ 19,9 bilhões registrados em setembro de 2019. No mesmo período, o segmento que apresentou menor queda relativa foi o de hospedagem e alimentação (-30%), contra 33% de hotéis e 39% de agentes de viagens e transporte de passageiros. Segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE, os Estados onde o Turismo está se recuperando mais rápido são Goiás (aumento de 48,3 pontos percentuais desde o ponto mais baixo), Ceará (42,7), Santa Catarina (34,6), Espírito Santo (34,5) e Paraná (32,8).
PREFERÊNCIAS DE VIAGEM
O estudo revelou que a curva de interesse pelo Airbnb no Brasil despencou no fim de março e começou a crescer novamente na segunda semana de junho, quando a curva de infecção e mortes no País ainda subia. Além disso, a experiência de viagem migrou da exploração do destino para a exploração da habitação, o restabelecimento da saúde mental e o estreitamento dos relacionamentos. Viajar sem “tirar férias” prevaleceu e teve forte influência na escolha do destino e do imóvel, tendência que também é observada nos dados do Google Trends, que mostram como o interesse por “férias” nas buscas on-line despencou e deu lugar a aumentos expressivos em “pousadas” e “Airbnb”.
Com o aumento do interesse pela habitação, a escolha do imóvel para locação por temporada passou a ser mais criteriosa e com preferência por casas afastadas dos grandes centros e que reduzem a sensação de clausura, com áreas abertas, mas privadas. Com foco no conforto, a preferência é por locais já conhecidos, seja destino ou hospedagem, que sirvam tanto para trabalhar e estudar, quanto para ter um momento de lazer e relaxamento. Em contrapartida ao distanciamento social, mesmo ao escolher casas mais isoladas, muitos entrevistados declararam procurar por prestação de serviços, como faxineiras.
MEIOS DE TRANSPORTE
Com a queda no uso do avião, dois fenômenos foram observados: os voos mais longos, principalmente conectando o Sudeste ou Norte/Nordeste, ganharam relevância; e houve um aumento também do movimento de aeroportos regionais para capitais, como as rotas Sobral/Jericoacoara para Fortaleza. Segundo o levantamento, os voos que mais ganharam relevância durante a pandemia envolvem o corredor Sudeste-Norte/Nordeste. Os dois primeiros são a ida e volta de um mesmo trecho: Recife e Rio de Janeiro por Santos Dumont. No top 10 ainda estão voos que chegam a Campinas (SP) saindo de Macapá, Porto Velho, Palmas e São Luiz. Do mesmo corredor também estão os trechos Teresina-Congonhas (SP) e Ribeirão Preto (SP)-Salvador.
Enquanto trechos menores de avião – como a ponte aérea RJ-SP – despencaram em popularidade, o aluguel e a compra de carros aumentou muito, principalmente usados. Entre os principais destinos dentro de São Paulo que se destacaram em viagens rodoviárias estão Santos, São Vicente, Mongaguá e Peruíbe, no litoral; e alguns pontos do interior, como Piracicaba, Holambra e Sorocaba.
Fonte: Panrotas